Capítulo 23 - O primeiro pote de ouro - máquina manual de macarrão (2)
Qin Mian levou as tigelas para a cozinha, limpou as mãos, tirou o esquema e o entregou a Lei Tie: “Esta é a ‘máquina manual de macarrão’ que eu desenhei.
“Máquina manual de macarrão?” Lei Tie olhou para a folha de papel com suspeita. Em primeiro lugar, ele sentiu que os traços eram muito delicados, e ele não sabia o que foi usado para desenhar isso. Por enquanto, ele guardou para si essa questão, e examinou o conteúdo do desenho. Haviam muitos pontos duvidosos sobre este pequeno xifu, este não era o único.
Os traços do esquema eram claros, e os detalhes eram sucintos, fáceis de entender.
Qin Mian sentou-se ao lado de Lei Tie: “Não visitamos a cidade ontem? Eu descobri que a maior parte do macarrão usado nas lojas de macarrão é feito na hora, o que consome muito tempo. Esta máquina manual de macarrão pode acelerar o processo de fazer macarrão, mas também permite que o macarrão seja seco ao sol, e possa ser armazenado por bastante tempo. Eu tenho duas ideias: ou vender este projeto para um artesão, ou encontrar um artesão para fazer as máquinas manuais de macarrão e vendê-las para os restaurantes e lojas de macarrão. Em ambos os casos, pode ser vendido por um bom preço.”
Lei Tie olhou fixamente para ele por um tempo. Ele ia dizer alguma coisa, mas hesitou. Seu pequeno xifu aparentemente queria ganhar dinheiro muito rápido. Seus olhos voltaram para o desenho, a reflexão cruzando seus olhos: “Se é como você diz, porque você não fica com ele, e não abre sua própria oficina de macarrão?”
Ele não esperava que este homem dos tempos antigos tivesse um raciocínio tão rápido. Qin Mian olhou para ele com aprovação. “Eu também pensei nisso, mas nós somos pessoas comuns, não temos um patrono. Se esse tipo de coisa boa for notada por pessoas fortes e poderosas, temo que teremos problemas.” Ele também tinha muitos planos para ganhar dinheiro, que não incluíam ter de cuidar de uma máquina de macarrão. O mais importante agora, era ganhar dinheiro rapidamente para construir uma casa de tijolos e telhas. Ele não queria viver em uma casa de palha.
Lei Tie compreendeu, e mudou de ideia: “O preço não pode ser baixo.”
“Naturalmente.” Qin Mian concordou com a cabeça: “Não importa o que digam, esta não é uma nova tecnologia? Eu pensei muito, e no caso de vender o projeto, vou vendê-lo por cinquenta taéis; no caso de vender a máquina de macarrão, o preço será dois taéis de prata. O que acha?”
Lei Tie disse: “Cinco taéis.”
Qin Mian não conseguiu evitar de rir. Ele não esperava que Lei Tie também fosse uma pessoa que amava ter dinheiro. Pensando cuidadosamente, cinco taéis de prata era o equivalente a cinco mil em dinheiro moderno, o que não deveria ser caro para uma loja de macarrão.
Ele franziu a testa, um pouco embaraçado. “Não importa para quem seja vendido, é melhor fazer um produto finalizado. Mas caso um artesão seja contratado, como garantir que ele não vaze o conteúdo do esquema?”
Lei Tie disse, sem demonstrar emoções na voz: “Eu faço.”
Qin Mian ficou surpreso: “Você sabe fazer?”
Lei Tie assentiu: “Amanhã vou subir a montanha para cortar madeira.”
Qin Mian ficou curioso com a experiência de vida de Lei Tie nos últimos dez anos. Que tipo de coisa ele teria vivido? O jeito de falar de Lei Tie não parecia o do povo do campo. Ele sabia caçar, ler e também trabalhar como marceneiro.
Lei Tie se levantou: “Vou dormir.”
“Espera!” Qin Mian barrou o caminho dele, dizendo com tom de justiça: “Já que eu dei à nossa família uma forma de ganhar dinheiro, não é justo que você lave a louça de agora em diante? Esta casa é de nós dois. Se eu investir, você também deve investir.”
Lei Tie foi pêgo de surpresa, e sem dizer nada, se virou e foi para a cozinha.
Um bom homem, ah. Qin Mian ergueu o polegar para as costas dele, e o seguiu. “Tem água quente dentro da wok, use ela para lavar, caso contrário não ficará limpo. Enxague três vezes para que fique limpo.”
Lei Tie não disse nada, mas fez de acordo com o ensinado.
Qin Mian se sentiu aliviado, e saiu com a caneca de lavar a boca e a toalha de rosto. Quando ele voltou, recolheu as roupas que estavam secando na vara. Por terem ficado o dia todo ao sol, as roupas tinham um cheirinho de sol. Ele dobrou as roupas dos dois, as separou, e também separou os oito pares de meias, quatro para cada um.
Depois de colocar tudo em ordem, ele subiu na cama e bocejou.
Pouco tempo depois, Lei Tie também entrou.
“Eu fiz quatro pares de meias para você, estão no baú de roupas.”
“En.”
Qin Mian ergueu a sobrancelha. Nem um agradecimento? Ele virou para a parede, se preparando para dormir.
“Amanhã, eu vou subir a montanha com você.”
“Os grãos precisam ser secos ao sol, alguém tem de ficar olhando.”
“Fique tranquilo, eu tenho um jeito.” Qin Mian falou com segurança.
Lei Tie não disse mais nada. Qin Mian ajeitou a postura para dormir, e fechou os olhos.
No meio da noite, Qin Mian sonhou que estava tentando encontrar um banheiro, e acordou assustado. A parte inferior de seu abdômen estava distendida. Na época em que estudava ele tinha um hábito: antes de cada exame, de pegar transporte público ou de dormir, ele primeiro ia ao banheiro, caso contrário, não ficaria tranquilo. Ontem à tarde ele bebeu muita água, e esqueceu de ir ao banheiro antes de se deitar. Agora, a vontade de urinar o acordou.
Dentro do quarto estava escuro como tinta. Ele tateou no escuro para se levantar, e sua mão tateou algo quente e firme. Sua orelha foi varrida por uma lufada morna, acompanhada por um sussurro rouco: “Teve um pesadelo?”
Neste momento, Qin Mian descobriu que estava abraçando a cintura de Lei Tie, e o que ele tinha pressionado era o abdômen de Lei Tie. Ele rapidamente recolheu a mão, seu coração acelerou, e sua língua deu um nó: “Não… eu, isso, preciso ir no banheiro.”
“Espere um pouco.”
O seu ombro foi pressionado, e em seguida ele ouviu um som farfalhante. Depois, ele ouviu um ‘peng’ suave, e uma faísca riscou a escuridão. Após outro som, a lamparina a óleo iluminou Lei Tie.
Qin Mian saltou rapidamente da cama, calçou os sapatos e saiu correndo para fora do quarto.
Lei Tie ouviu o trinco da porta rapidamente sendo deslizado e aberto, e os cantos de sua boca se ergueram claramente, mas voltaram rapidamente ao normal, e ele fechou os olhos.
Qin Mian não foi para a cabana205 atrás da casa. Foi até a borda do bosque de bambu, e depois que deixou rapidamente a água sair, voltou para casa, sentindo o corpo mais leve. Primeiro deitou na cama, e depois apagou a lamparina. Depois, se deitou meticulosamente próximo da borda da cama.
Depois de adormecer, ele sentiu a fonte de calor ao seu lado. Inconsciente por estar adormecido, ele se aproximou, e sem perceber, estendeu os braços e abraçou, por hábito, o homem adormecido.
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Espaço da Graci:
Hahahahahaha a derradeira descoberta de Qin Mian, sobre o motivo dele estar dormindo tão bem numa cama tão dura e áspera! ¯\_(ツ)_/¯
E que bom que Lei Tie também tem visão, facilita muito as coisas. Quem é este homem? O que ele viveu em 12 anos? Estão ansiosos pela resposta? Se alguém já leu a novel, por favor não dê spoilers, caso contrário o comentário não vai ser aceito para publicação, ein?
205 cabana (茅房 máofáng): literalmente, casa de palha. Nas regiões rurais, é um eufemismo para banheiro, latrina↩
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