domingo, 12 de fevereiro de 2023

[Novel] Tianbao Fuyao Lu - Capítulo 010

 


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Tradução: Foxita
Revisão: Miss Sw
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Capítulo 10 – A Renovação de Todas as Coisas



Li Jinglong não respondeu. Quando a sombra projetada pela luz da luminária parou de se mover, Hongjun aproveitou a oportunidade para empurrar a porta e entrar.

“Saia,” falou Li Jinglong. “Quem te ensinou a invadir os aposentos do seu superior?”

Hongjun coçou a cabeça ao sair novamente e, do lado de fora, espiou para dentro do aposento. O yao carpa permaneceu junto dos pés dele, colocando a cabeça na soleira da porta ao dar uma olhada pra dentro.

Li Jinglong terminou de arrumar as cobertas e se virou olhando para Hongjun ao se levantar. 

“Eu acho que te causei problemas”, disse Hongjun. “É muito ruim?”

Li Jinglong inspirou profundamente. Hongjun pensou que ele ia ficar bravo de novo, então rapidamente deu um passo para trás.

“Quantos anos você tem?”, Li Jinglong perguntou analisando-o.

Hongjun informou sua idade e Li Jinglong falou com a voz baixa, “Mantenha seu yao sob controle. Se ele fugir e assustar as pessoas, pode ir embora. Isso não pode acontecer de novo.”

O yao carpa percebeu que aquela era uma conversa chata e simplesmente se afastou. Hongjun respondeu, “Não me mande embora, por favor, vou tomar cuidado. Não posso mais voltar para casa.”

Li Jinglong ficou surpreso. Sentindo que não havia mais nada a ser dito, Hongjun deu meia volta e caminhou pelo corredor até a ala oeste.

O interior do quarto estava coberto de poeira e Hongjun não tinha cama ou colchão, então teria que se virar aquela noite. Reuniu algumas tábuas e notou um casaco de pele de carneiro sobre elas, adivinhando que fora emprestado por Mo Rigen para passar a noite. Após amarrotar suas roupas sujas num monte em forma de travesseiro, deitou-se para dormir.

Logo na manhã do dia seguinte, Li Jinglong estava no pátio e era seguido por cerca de doze carregadores que transportavam diversos pacotes de todos os tamanhos. Ele os orientou, “Coloquem tudo no pátio", e em seguida separou dinheiro para o pagamento. Hongjun estava bastante curioso e se aproximou para dar uma olhada. Havia pacotes contendo todos os tipos de coisas: itens de cama; artigos rotineiros; potes, panelas e utensílios de cozinha; os quatro tesouros do estudo[1] e assim em diante… Aparentemente, tudo comprado por Li Jinglong.

“Uau!” Hongjun exclamou. “Isso é para nós?”

“É para compartilhar,” Li Jinglong falou inexpressivo. “O custo será deduzido de seus salários.” Em seguida, ele caminhou a passos largos até a ala oeste, ergueu o pé e, com um chute, abriu a porta do quarto de A-Tai e de Qiu Yongsi, gritando irritado, “Saiam já daí! Quem disse que podiam ir ao bordel à noite em vez de ficar aqui e dormir?!”

Noite passada, os dois saíram sorrateiramente para explorar um pouco e acabaram dormindo por menos de dois shichen[2]. A-Tai e Qiu Yongsi rastejaram para fora às pressas, em uma visão bem lamentável.  Li Jinglong mandou todos ajudarem a levar as coisas até os cômodos e depois se reunirem o mais rápido possível para cooperar com a limpeza do Departamento de Exorcismo.

Li Jinglong trabalhava incansavelmente todos os dias. Já os outros quatro e o peixe vez ou outra ficavam preguiçosos, vagando à toa pelo pátio, cantando e tocando alaúde, compondo músicas e brincando, sem nada para fazer. Ao dar os toques finais na pintura do prédio e dos pilares, os pintores e estucadores tiveram que parar e esperar Li Jinglong terminar a limpeza dos cômodos. Finalmente, três dias depois, Li Jinglong concluiu os trabalhos e o Departamento de Exorcismo estava novo em folha. 

No salão de entrada, havia uma estátua dourada de Acala[3] cercada por paredes pintadas de branco-neve e pilastras vermelhas. As portas e janelas foram repintadas e no pátio havia pequenas manchas de musgo. Um sofá baixo foi colocado no salão principal e, na pequena mesa à frente, um jogo de chá foi posicionado emborcado. Na frente da casa, sob a luz do sol de outono, as folhas do bambu de múltiplas-folhas sussurravam ao se moverem com a brisa. Um pequeno caminho pavimentado com seixos levava ao saguão de entrada do quintal; dentro da lagoa, vários peixes vermelhos nadavam e ao lado dela ficava uma placa de madeira em que se liam as palavras “Zhao Zilong”; esta, sem dúvidas, era a casa do yao carpa.

Sob os beirais do claustro, o sino dos ventos tilintava gentilmente, emitindo um som nítido. No pátio, uma árvore guarda-sol de mais de setenta anos banhava-se na luz do sol, enquanto as telhas de vidro irradiavam partículas cintilantes de luz pelos arredores. O quarto de Li Jinglong ficava na ala leste, juntamente com a biblioteca, o arsenal e o depósito de suprimentos médicos. Na biblioteca, havia mais de dez prateleiras cheias de livros, juntamente com os registros de casos da época de Di Renjie.

O chão foi esfregado até ficar limpo e Hongjun corria descalço pelos corredores. Em cada um de seus quartos, foram instaladas portas corrediças de madeira, que iam do chão ao teto, permitindo melhor iluminação. Cada quarto também foi devidamente decorado pelos próprios donos — no de Mo Rigen, uma couraça de tigre foi estendida no chão em frente à mesa, e ele também pendurou um arco adquirido no Mercado Oeste. Diversos tapetes exóticos estavam espalhados pelo chão do quarto de A-Tai, onde tudo era feito de jade branca e vidro reforçado, transformando o ambiente numa visão luxuosa e digna de se ver. O de Qiu Yongsi era decorado com o quadro “Passeando na Primavera”[4]; o jogo de chá, vasos e demais objetos eram verde esmeralda Qianfeng, todos do famoso forno Yue[5].

Apenas o quarto de Hongjun tinha uma cama em piso elevado encostada em uma das quatro paredes, todas elas sem qualquer decoração. Li Jinglong escolheu três peças de caligrafia e pintura e as jogou para Hongjun, deixando-o pendurá-las por conta própria. Uma das peças era a caligrafia cursiva de Zhang Xun[6]; outra era "Cem Pássaros", de Zhang Sengyao[7] e a última era uma paisagem no estilo jinbi shan shui, de Li Sixun[8]. Hongjun não sabia identificar esse tipo de mercadorias e sequer reconheceu o selo[9] nelas, de modo que apenas as pendurou casualmente.  Olhando para a pintura “Cem Pássaros”, ele se lembrou dos dias do Palácio Yaojin e não conseguiu evitar se sentir nostálgico. 

O Departamento de Exorcismo tinha sido inteiramente renovado e não seria exagero dizer que, dentre os vários departamentos de Chang'an, aquele era o mais elegante. Quando a capital da Terra Divina mudou de Luoyang para Chang’an[10], o discípulo de Di Renjie, Luo Jintong, comprou a casa de infância de Yuwen Kai[11], que era este endereço. Ali havia excelente iluminação e água e, com as renovações agora feitas por Li Jinglong, tornou-se a nova residência do grupo.

“Terminado.” Li Jinglong enxugou o suor e abriu uma bola de chá[12] no salão principal.

Após aqueles dias, o grupo passou a vê-lo com outros olhos. No início, Mo Rigen, A-Tai e Qiu Yongsi se recusaram a aceitá-lo. No entanto, eles nunca poderiam imaginar que Li Jinglong iria se ater firmemente às próprias tarefas e deixá-los à vontade. No fim, ele tinha limpado sozinho até mesmo o quarto deles.

“Deixe que eu faço isso.” Qiu Yongsi levou a mão à bola de chá e Li Jinglong permitiu.  Logo o bule de cobre estava cheio de água quente e, sob o vasto céu de outono, eles se sentaram no salão principal tomando chá.

Li Jinglong manteve a mesma expressão calma e fria no rosto ao falar, “Inicialmente, eu pensei que o primeiro passo para restabelecer o Departamento de Exorcismo seria que todos pudéssemos aproveitar a oportunidade para consertar o lugar e trabalharmos juntos, nos conhecendo melhor...”

Hongjun virou a cabeça olhando de um lado para o outro vendo que as expressões de Mo Rigen, Qiu Yongsi e A-Tai tinham ficado um pouco tensas.

Hongjun: “?”

“… Embora todos pareçam um dragão e uma fênix[13]em meio às pessoas comuns, aparentemente vocês todos se tornaram grandes amigos.” Li Jinglong continuou suavemente, “Eu sou apenas uma pessoa comum. Parece que nos dias que estão por vir, serei um fardo para todos vocês, peço desculpas desde já”.

Quando Li Jinglong falou daquela maneira, todos se sentiram bastante constrangidos.

Com exceção de Hongjun, os outros três de fato menosprezaram essa pessoa comum. Li Jinglong tinha perfeito conhecimento de que seus subordinados o viam daquela maneira, mas como ele era tratado daquele mesmo jeito por onde quer que fosse, já estava bastante acostumado.

“Agora, me entreguem as cartas que estão com vocês,” falou Li Jinglong. “Hoje vocês serão formalmente registrados e amanhã apresentarei um relatório ao Ministro Yang.”

“Chefe, foi você quem mandou essas cartas?”, disse Mo Rigen.

Li Jinglong balançou a cabeça e disse, “Não, eu também me pergunto quem foi”.

Aquilo era bizarro, pois Li Jinglong não tinha motivo para mentir para eles. Eles conversaram um pouco sobre o assunto e concluíram que deveria existir alguém interessado em reativar o Departamento de Exorcismo da Grande Tang e, para tanto, escolheu aquele momento para enviar os quatro até Chang'an.

Mas se este era o caso, qual era a explicação para Li Jinglong se juntar a eles? Poderia ser apenas uma coincidência predestinada?

Hongjun foi o primeiro a entregar sua carta para Li Jinglong.

“Kong Hongjun,” Li Jinglong perguntou, “onde você mora e quem são seus pais?”

Do lado de fora do salão, o yao carpa espreitou sua cabeça para dentro, enquanto Hongjun começava a contar a história que haviam inventado. Ele contou a Li Jinglong que seu pai adotivo era um cultivador que vivia nas montanhas Taihang e que o tinha mandado a Chang’an para ganhar mais experiência. Quanto a Zhao Zilong, era uma carpa que ele acolheu e criou, e definitivamente não era um espião enviado pela tribo yao.

Li Jinglong não fez outras perguntas, ele apenas sentou-se ali e ouviu. Hongjun sentia que suas mentiras estavam cheias de furos, mas Li Jinglong seguiu acreditando nele de todo o coração.

O próximo era Mo Rigen. Ele era da tribo Shiwei[14] e, assim como Hongjun, contou a  Li Jinglong que também estava lá para ganhar experiência. Hongjun sentiu que Mo Rigen também omitiu bastante, mas Li Jinglong não fez mais perguntas e apenas ergueu seu pincel anotando o nome.

A-Tai era um nobre da tribo Tocariana[15] e viera para estudar a cultura da  Grande Dinastia Tang.

A família de Qiu Yongsi era de Hangzhou[16] e, embora seus antepassados fossem tradicionalmente acadêmicos, ele atendeu aos desejos de seu avô e se apresentou ao Departamento de Exorcismo com a intenção de ficar mais corajoso.

Os que o seguiram foram ainda mais simples e, com algumas poucas linhas, casualmente cobriram seus históricos. Ao tempo que Jinglong acabava de registrar as informações, Qiu Yongsi terminou de fazer o chá. Ele serviu a bebida para o grupo, inclusive para o yao carpa, e todos envolveram as tigelas com as mãos.

“No futuro, certifique-se de limpar os pés antes de entrar, não deixe o chão todo molhado.” Li Jinglong advertiu o yao carpa.

“Parece que não vem mais ninguém,” prosseguiu Li Jinglong.

O grupo calmamente permaneceu observando Jinglong, imaginando que ele ainda tinha algo a dizer. Li Jinglong tomou um gole de chá e, sem olhar para nenhum dos quatro à sua frente, refletiu, “Eu não sei quem convocou todos vocês aqui, mas acredito que apesar de Duque Di já ter morrido, seus ideais e espírito ainda protegem e apoiam minha grande dinastia Tang. Estar aqui reunido com todo mundo não é coincidência, mas sim um encontro predestinado.”

Após falar, Li Jinglong ergueu a cabeça e olhou para o mural de Di Renjie na parede leste às costas dele. Com o olhar carregado de complexidade, os quatro também viraram a cabeça para a imagem de Di Renjie.

“Então o que está dizendo é que Duque Di escondeu quatro cartas para serem enviadas tantos anos depois de sua morte?”, perguntou Mo Rigen. “Fomos convocados aqui para reativar o Departamento de Exorcismo da Grande Tang?”

“Como isso é possível!?” O grupo carregava expressões semelhantes a ‘você acha que que sou idiota’, enquanto avaliava Li Jinglong sentado de frente para eles.

“Isso é… muito impossível”, falou Hongjun atordoado.

“A coisa mais irracional deveria ser esse peixe com braços, pés e até mesmo tem pelos nas pernas”, Li Jinglong olhou de relance para o yao carpa sem sequer mudar o semblante.

O yao carpa: “…” 

“Verdade.” Hongjun rapidamente aceitou aquela virada de argumento e disse, "Em comparação, enviar uma carta depois de morrer é mais compreensível.”

O resto do grupo levou a mão à testa e se entreolhou. Como a observação partiu de Li Jinglong, eles não se preocuparam em aprofundar a questão. Você é o superior, se está tudo bem pra você, então tudo bem pra gente.

“Amanhã, vou buscar os uniformes e distintivos[17] que foram feitos pra vocês,” disse Li Jinglong ligeiramente. “Sobre o salário, vou deixar que decidam quando querem fazer a retirada. Vocês ainda têm um dia pra decidir, mas assim que seus nomes forem oficialmente registrados, terão se tornado oficiais da corte e, independentemente de serem Hu ou Han[18], terão que cumprir as mesmas tarefas.”

Originalmente, Hongjun fora enviado em uma missão, então ele continuava a pensar sobre quando iria encontrar o membro da família Chen e a sua Faca de Arremesso. Ao ouvir o comunicado, ele assentiu e de repente notou Li Jinglong arqueando as sobrancelhas e lhe lançando um olhar, como se estivesse esperando que fizesse uma declaração.

“Eu vou ficar.” Hongjun ainda tinha muitas questões pessoais para resolver, então anuiu com a cabeça.

Mo Rigen respondeu, “Fico.”

A-Tai: “Fico.”

Qiu Yongsi falou, “Fico, mas exatamente o que nós temos que fazer no Departamento de Exorcismo? Chefe, você tem que nos passar algumas tarefas.”

“Haverá trabalho a ser feito,” falou Li Jinglong.  “O Primeiro Ministro determinou que todo e qualquer caso que os Seis Exércitos e o Departamento Judiciário não puderem lidar, bem como quaisquer casos em que haja potencial envolvimento de yao mo gui guai[19], devem ser passados para o Departamento de Exorcismo. Inicialmente, eu pensei que antes de termos algum caso, vocês todos poderiam passear pela cidade de Chang’an, mas pelo que acabaram de dizer, não ficarão desapontados, vamos começar a trabalhar à tarde.” Após acabar de falar, ele terminou de tomar o chá e se levantou.

Hongjun imediatamente disse, “Chefe, será que todos poderiam… me ajudar com uma coisa?”

“Não,” Li Jinglong respondeu.

Todos: “…”

“Eu sei que você quer encontrar o yaoguai daquela noite,” falou Li Jinglong, “No entanto, como nunca trabalhamos juntos antes, não conheço suas habilidades. Se saíssemos às pressas agora mesmo, sem saber como trabalhar em equipe, apenas criaríamos mais problemas. Então, antes de permitir que saia para resolver seus próprios assuntos, quero que fique aqui por um tempo.”

Hongjun se sentiu frustrado, mas as palavras de Li Jinglong faziam sentido, então ele apenas assentiu com a cabeça.

Li Jinglong se pôs de pé, deixando o assento para trás; o grupo se dispersou, pois os assuntos de hoje estavam concluídos. Ele saiu do salão e, ao entrar na ala leste, sentiu como se tivesse se livrado de um fardo pesado; ele desmoronou contra uma pilastra, sua respiração ofegante como se tivesse um medo persistente no coração. Ao pensar em como aquele bando de exorcistas imponentes tinha sido comandado tão facilmente por ele, não resistiu em fechar a mão num punho de vitória, o canto de sua boca revelando o esboço de um sorriso.

Ao levantar a cabeça, de repente viu Hongjun parado à sua frente, olhando-o com o rosto cheio de desconfiança.

“Chefe, o que você estava fazendo?”, Hongjun perguntou timidamente.

Li Jinglong tossiu imediatamente e falou num tom severo, “O que foi agora?”

“Você pode me fazer um favor?” Hongjun observou Li Jinglong e falou, “Eu quero encontrar…”

“Eu já disse não!”, falou Li Jinglong aborrecido.

“Não é um yaoguai,” Hongjun respondeu prontamente.  “Você conhece Chang’an. A única coisa que tem que fazer é me dizer onde Chen Ziang mora, eu vou sozinho.”

Seus colegas exorcistas não estavam familiarizados com Chang’an, então não fazia sentido lhes perguntar onde encontrar a família de Chen Ziang. Se saísse batendo de porta em porta, seria impossível encontrá-la, pois Chang’an tinha seis milhões de habitantes. Porém, agora que Li Jinglong estava aqui, ele era a salvação de Hongjun.

“Deixa eu te fazer uma pergunta.” Li Jinglong mediu Hongjun e disse repentinamente, “Você é um cultivador. Conhece algum feitiço que pode ajudar uma pessoa a esquecer alguns acontecimentos?”

“Feitiços?”, ao ser questionado tão abruptamente, Hongjun foi pego de surpresa. Ele ainda quebrava a cabeça ao responder, “Eu não conheço nenhum feitiço, mas tem um tipo de flor…”

Na sua infância, Hongjun gostava de correr livremente pelas montanhas Taihang. Nos arredores do Palácio Yaojin, havia coisas estranhas e maravilhosas de se ver. Ele parecia se lembrar que, na parte de trás do Palácio, crescia um tipo de planta nativa das Regiões Ocidentais[20].

 

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Notas de tradução:

 

[1] Quatro tesouros do estudo: pincéis de caligrafia, tinta, papel e pedra de tinta.

[2] Shichen: medida de tempo chinesa. Um shichen equivale a duas horas. Nesta passagem, eles conseguiram dormir menos que quatro horas.

[3] Acala: "Senhor Inabalável" (da Sabedoria), é uma deidade do budismo (vajrayana), sendo o mais conhecido entre os Cinco Reis da Sabedoria do Reino do Ventre. É tipicamente representado com uma espada para subjugar demônios em sua mão direita e uma corda para apanhá-los e prendê-los na esquerda.

[4] "Passeando na Primavera": famoso trabalho do pintor Zhan Ziqian, que viveu de meados ao final do século VI. É seu único trabalho que ainda existe nos dias de hoje e também é considerada a pintura mais antiga do estilo de paisagem shan shui (montanhas e água) existente atualmente.

[5] Verde esmeralda Qianfeng: refere-se a um tipo específico de porcelana extremamente valiosa nos dias de hoje. A tradução literal seria "mil picos verde esmeralda". Era considerado um segredo comercial tão valioso que a porcelana feita também se chamava "porcelana secreta", já que os segredos de sua produção raramente eram passados adiante.

Forno Yue: Um dos fornos mais antigos da história chinesa. Os Fornos Yue do Lago Shanglin são um conjunto de sítios arqueológicos em que os utensílios Yue foram feitos. Eles estão localizados perto do Lago Shanglin, na cidade de Cixi, Zhejiang, China.

[6] Zhang Xun: foi um famoso calígrafo da Dinastia Tang.

[7] "Cem Pássaros" de Zhang Sengyao: aparentemente não existe tradução oficial do nome da pintura para o inglês e não se acha imagem na internet, mas basicamente é o que o nome sugere, uma imagem de um monte de pássaros.

[8] Estilo jinbi shan shui: refere-se ao estilo de pintura ouro-azul esverdeada, em são utilizadas três ligas de cores nas pinturas, sendo elas ouro; azurita e carbonato de cobre.

[9] As obras artísticas da época carregavam o selo do criador. É o selo vermelho visto em cada peça de pintura/caligrafia.

[10] A capital da Terra Divina mudou de Luoyang para Chang’an: a capital foi movida quando do restabelecimento da Dinastia Tang, depois da curta dinastia Zhou que a tinha interrompido.

[11] Yuwen Kai era um famoso arquiteto Xianbei (uma das antigas tribos das pradarias chinesas) que viveu de 555 a 612 EC. Ele nasceu em Chang'an e foi o responsável por reprojetar as cidades de Chang'an e Luoyang.

[12] Bola de chá: o chá costumava vir em pequenos pacotes comprimidos de folhas, abrir um era o único jeito de chegar às folhas e colocá-las em infusão.

[13] Um dragão e uma fênix em meio às pessoas comuns: bons demais para fazerem o trabalho sujo/pesado. 

[14] Tribo Shiwei: assim como Xianbei e Xiongnu, uma das tribos das pradarias do norte da China, interior da Mongólia. 

[15] Tribo Tocária ou Tocariana é uma antiga tribo que habitava a região norte da atual Xinjiang, bem distante ao oeste. A região faz fronteira com o Oriente Médio.

[16] Hangzhou: uma cidade na moderna província de Zhejiang, no sudeste da China, e uma das sete antigas capitais do país. Até hoje é conhecida como uma cidade de bela arquitetura e paisagens. É considerada uma cidade com clássica atmosfera Jiangnan (literalmente "ao sul do rio", o que quer dizer que era uma área ao sul do Rio Yangtze, que historicamente é um centro culturalmente vibrante).

[17] Distintivos: em chinês 腰牌 - Yao pai, que se traduz literalmente para “cartão de cintura”. Geralmente feitos de metal, pedras semipreciosas ou madeira, e ficam pendurados na cintura dos oficiais.

[18] Han é a população principal da região sul da área Jiangnan e os Hus são a tribo das pradarias ao norte, incluindo Xianbei e Shiwei.

[19] Yao mo gui guai: são todos tipos diferentes de yao. Yaos são especificamente animais que cultivaram a um nível mais elevado, frequentemente via ingestão de energia espiritual natural; Yaoguai: são o equivalente, mas em relação às plantas. Mo: refere-se a yaoguais que cultivaram para um nível ainda mais elevado ao consumir mais energia - seja comendo humanos ou outras fontes de energia. Gui são os espíritos dos humanos após a morte.

[20] Regiões Ocidentais: uma região específica a oeste da Passagem de Yumen, incluindo Ásia Central e a Bacia Tarim, de onde veio A-Tai.  

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Olá, pessoal, aqui é a Miss Sw! Pra nossa alegria (e espero que para a sua também), estamos retomando o projeto de tradução desta novel. Todo mundo da equipe acabou se ocupando bastante, o que nos levou a paralisar os projetos, e aos poucos vamos fazendo o que nos é possível. E, no momento, estaremos retomando apenas esta novel, com tradução da Foxita e minha revisão (já que não estou podendo lidar com muita coisa da fanbase ultimamente e estou engajada na tradução do lakorn (drama tailandês) BL "Khun Chai", que em breve estará disponível no blog principal da MDZS Br+, e por isso não estarei traduzindo capítulos de novel por enquanto).
Este é um trabalho que, apesar de amarmos muito, não temos como dar uma prioridade maior diante das atribulações do dia a dia, e portanto, não temos como garantir atualizações super rápidas, mas como sempre, daremos o nosso melhor e esperamos continuar contando com a compreensão e paciência de vocês.
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