sexta-feira, 28 de maio de 2021

[Novel] Mingwang Huanshi Lu - Capítulo 003

 



Tradução: Miss Sw

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Capítulo 3 - Primavera

Um passarinho branco-prateado se apressou através da infinita neve que caía do lado de fora, alcançando o trem, antes de gentilmente bicar a janela. Xiang Cheng virou a cabeça para olhar naquela direção, e viu o pequeno pássaro levantar voo outra vez e sumir de vista.
Ele foi para o lado da janela para espiar e seus lábios se moveram um pouco ao falar sem som, “Vá embora, sim? Não me siga mais.”
O passarinho desapareceu, e Xiang Cheng retirou seu boné, passou a mão pelo cabelo, coçou a cabeça algumas vezes, e enfiou as mãos nos bolsos. Ele cruzou as longas pernas e se inclinou em frente ao oscilante banheiro, cochilando.
Às seis da manhã, o trem já tinha completado uma jornada de vinte e uma horas ao chegar em Guangzhou. Xiang Cheng, arrastado pelo fluxo de pessoas que retornava ao sul para as viagens do Ano Novo Lunar, foi espremido para fora da estação. Por não ter conseguido encontrar sua passagem, quando estava saindo, ele quase foi levado para a delegacia.
Após deixar a estação de trem, tudo o que ele ouvia ao seu redor era em cantonês. Uma leve chuva estava caindo, e na banca de jornal, o dono estava assistindo TV enquanto se esquentava com um aquecedor, deixando Xiang Cheng confuso ao observar a cena.
“Eu quero fazer uma ligação,” ele falou.
O dono não lhe deu atenção. Xiang Cheng aumentou o um pouco o volume da voz e falou, “Chefe, eu quero fazer uma ligação!”
“Então faça!” O homem respondeu. “Por que está me encarando?”
Xiang Cheng colocou a mala de couro no chão e pegou o celular para navegar pelas mensagens. Depois, de acordo com uma das mensagens ali, ele ligou para o amigo de um amigo, que lhe foi apresentado por um velho conhecido de sua cidade, a fim de encontrar um lugar para ficar temporariamente.
Ninguém atendeu, então Xiang Cheng pôde apenas esperar enquanto o dono da banca o encarava.
Um momento depois, Xiang Cheng tentou novamente, mesmo assim, a ligação não foi atendida. Ele ainda tinha dez dólares de créditos; a taxa de roaming era cara demais, então ele precisava usar o celular com sabedoria. Além disso, seu telefone vinha sendo usado há muitos anos, e do jeito que estava surrado, às vezes funcionava, às vezes não. Tinha vezes em que até desligava a ligação sozinho, o que era infinitamente frustrante.
A cada dez minutos, Xiang Cheng fazia outra ligação, totalizando quatro vezes. O dono o encarava o tempo inteiro, obviamente indignado por esse maldito trabalhador migrante estar parado em frente à sua banca de jornal, ocupando o espaço. Xiang Cheng não teve escolha a não ser desistir, e se inclinou para pegar aquela grande mochila que despontava como uma montanha, até notar de repente - a mala de couro que também estava no chão desapareceu!
De imediato, ele congelou no local, antes de olhar para os lados, apoiando a mochila em seu ombro, com o rosto cheio de coque e raiva ao perceber que tinha sido roubado. Com passos rápidos, ele caminhou até uma parte da rua onde não havia ninguém, reprimindo sua fúria ao bufar por um tempo, antes de acender um cigarro para se acalmar.
Segurando o cigarro com dois dedos, Xiang Cheng estreitou os olhos e esboçou um círculo no ar.
Como se estivesse viva, a fumaça girou no ar antes de tomar a forma de um estranho elfo. Ele rodeou o corpo de Xiang Cheng algumas vezes, depois se virou e voou na direção oposta.
Xiang Cheng virou e correu, ainda carregando aquela bolsa enorme que facilmente se compararia à largura de duas pessoas. Tal como uma rajada de vento, ele passou mais uma vez pela entrada da banca de jornal. Ele cruzou a rua, e um carro particular freou de repente, o motorista lançando insultos para ele. Apoiando-se na cerca de pedra central para passar por cima dela com um salto, Xiang Cheng se apressou pelo viaduto, correndo em direção a um beco calmo.
Nesse momento, dois adolescentes estavam parados em frente à tenda de um serralheiro, mexendo na mala de couro de Xiang Cheng, que soltou um rugido enfurecido e puxou um bastão de madeira de dentro de sua mochila. Ele correu, brandindo o bastão contra os ladrões, e nisso, o serralheiro, que tanto destrancava fechaduras como consertava sapatos de couro, gritou, de forma totalmente inesperada, “Se vocês vão brigar, então façam isso lá fora!”
Com um chute, Xiang Cheng desarranjou a tenda, mas os ladrões agarraram a mala de couro e fugiram. Enquanto eles seguiam por um corredor e rapidamente subiam as escadas, a mochila de Xiang Cheng ficou presa nas portas antirroubo, e com agilidade, ele a deixou no chão antes de gritar, “Devolvam!”
Ao virarem a esquina, os ladrões abriram a mala e suas expressões ficaram espantadas. Em uma fração de segundos, Xiang Cheng habilidosamente saltou da grade direto para o corredor do terceiro andar. No escuro complexo de apartamentos[1], os ladrões jogaram rápida e vigorosamente em Xiang Cheng o conteúdo da mala de couro.
O pó branco que estava dentro dela se espalhou, misturado com estranhos objetos robustos, e caiu sobre ele.
Em um instante, Xiang Cheng ficou pasmo. Os ladrões se viraram e correram, e ele soltou um furioso rugido de desespero do fundo de seu coração ao se precipitar, agarrou a gola do ladrão que ficou para trás e o bateu na parede. Com um baque surdo, o ladrão ficou mole de imediato e desabou.
Xiang Cheng logo ficou atordoado, parado ali enquanto arfava depressa, todo o seu corpo coberto com pó branco, que flutuava pelo ar diurno no complexo de apartamentos, caindo como se fosse neve.
Os olhos de Xiang Cheng estavam muito vermelhos, e como se tivesse perdido toda a energia de seu corpo, ele se ajoelhou no chão, tremendo ao juntar todo o pó. Ainda estremecendo, ele o colocou de volta na mala de couro.
Do lado de fora, os policiais tinham chegado, e gritaram a sentença pelo megafone. Xiang Cheng sentiu que problemas estavam por vir; ele ergueu a maleta, preparando-se para ir embora. Mas ele não esperava que a fechadura já estivesse quebrada, e quando a mala foi levantada, o pó se espalhou todo pelo chão de novo.
Os policiais correram para o segundo andar. Xiang Cheng disse, “Não sou uma pessoa ruim!”
Sem deixá-lo acrescentar qualquer palavra, os policiais o levaram.
 
Ao anoitecer, na delegacia.
Um policial estava registrando a identidade de Xiang Cheng, e todos trocaram olhares.
“O que você faz? Qual é a sua profissão?” O guarda perguntou.
A grande mochila estava aberta, e todas as coisas de Xiang Cheng foram retiradas. Um fio com moedas antigas de cobre, um grande novelo de linha vermelha, um tubo de creme dental Zhonghua[2], uma escova de dentes cujas cerdas eram tortas em todas as direções devido ao uso, uma haste dobrável de aço inoxidável, um guarda-chuva, três grandes maços de pergaminhos amarelados, um volume de Coleções de Histórias[3], uma cópia de Poemas Escolhidos de Emily Dickinson, um pacote de miniestátuas de proteção contra o mal[4] de várias cores, dois pacotes de absorventes, algumas cuecas coloridas, três regatas manchadas de suor, analgésicos, Yunnan Baiyao[5], uma garrafa de vidro cheia de água fervida[6], um maço de papel vermelho no qual as três primeiras peças tinham inúmeros desenhos tortos de bestas estranhas de língua comprida, uma sacola de supermercado para guardar comida, dentro da qual havia 250 gramas de soja, dois pacotes de mostarda em conserva de Fuling, alguns mantous[7] endurecidos, uma caixa de rapé, um saco de dormir, uma tenda, um travesseiro, e um tecido vermelho do tamanho de uma colcha, bordado com muitos yaoguais estranhos.
“Eu vendo artesanato,” Xiang Cheng disse.
O policial ergueu as moedas, estudando-as de perto, como se estivesse tentando descobrir se elas eram antiguidades ou não. Ele replicou, “Não posso te devolver as moedas de cobre, preciso encontrar alguém para analisá-las.”
Xiang Cheng ficou em silêncio, e o policial prosseguiu, “Vou escrever um boletim pra você, e caso não haja problemas, volte daqui a três dias pra pegar elas de volta. Eu já registrei a sua identidade. Você deixou aquele moleque com uma concussão com aquele seu golpe, ele foi mandado pro hospital.”
Xiang Cheng perguntou, “Cadê os pais dele? Quero que eles façam uma declaração.”
“Vá logo embora, sim?” O guarda falou. “Se os pais dele vierem, você não será capar de ir. Se eles exigirem pagamento das despesas médicas, vai ser um transtorno eterno pra você.”
Xiang Cheng não teve escolha a não ser arrumar suas coisas, empurrando tudo que ele carregava de volta na mochila. Ele a pendurou no ombro e, sob os olhares curiosos do grupo de policiais, foi embora.
Quando retornou ao complexo de apartamentos, Xiang Cheng comprou uma vassoura e uma pá da loja de departamentos no andar de baixo, mas após subir as escadas, ele viu que havia uma porta aberta naquele corredor. Uma mulher de meia-idade estava jogando água escada abaixo, diligentemente usando detergente para lavar o chão.
Xiang Cheng: “...”
“O que está fazendo?” A mulher questionou. “Destruindo a higiene pública, jogando seu lixo em todo lugar, você sequer tem espírito cívico?”
Xiang Cheng se virou e desceu as escadas, jogando a pá e a vassoura na lata do lixo, antes de dar um chute nela. Depois, ele se ajoelhou na frente da água suja que vinha do corredor e fez três reverências diante do esgoto.
 
-
 
O inverno tinha acabado, a primavera chegou, e tudo estava florescendo com novos brotos.
Durante o encontro às cegas de hoje, toda a mente de Chi Xiaoduo estava dominada por quão bonito era o policial à sua frente. O uniforme acertou bem no seu ponto fraco; fosse peso ou altura, salário mensal ou contatos, nada disso importava agora.
O policial sorriu um pouco tímido ao falar, “Desculpa, eles me deram uma missão de última hora, então cheguei tarde.”
Chi Xiaoduo se apressou a comentar, “Seu nome é Xingjie, certo? Sem problemas, não se preocupe. O que quer comer? Eu pago.”
O policial assentiu e olhou para o relógio, dizendo, “Eu só posso ficar por duas horas. Daqui a pouco, vou te levar pra casa, tá?”
“Tudo bem,” Chi Xiaoduo replicou. “Vou pedir a eles pra trazerem logo a comida. Não se preocupe, eu como bem rápido.”
Os dois conversaram enquanto comiam. Este policial chamado Yang Xingjie era alguém que Wang Ren tinha lhe apresentado, e a forma espirituosa como ele falava preenchia muito bem alguns dos requisitos de Chi Xiaoduo. Ele também contou algumas coisas estranhas que tinham acontecido na delegacia, e no meio da história, Chi Xiaoduo ficou boquiaberto.
“E então?” Ele perguntou.
“Sabe o que tinha dentro da mala de couro?” Yang Xingjie disse com uma expressão estranha. “Você definitivamente não vai adivinhar.”
Chi Xiaoduo continuava ponderando sobre os pertences que aquele homem carregava consigo, enquanto tentava adivinhar o que havia dentro da maleta. Ele então indagou, “Por que ele estava levando absorventes? Era um pervertido?”
Yang Xingjie não sabia se ria ou se chorava ao responder, “Essa pessoa não estava dizendo a verdade. Ele costumava caminhar longas distâncias pelas montanhas. Talvez fosse um veterano, mas ele não parecia ser um; os absorventes eram usados pra amortecer seus pés dentro dos sapatos. Eles são muito bons pra absorver o suor.”
“Ah...” Chi Xiaoduo foi subitamente esclarecido. Então ele perguntou, “Por que ele caminhava? Pra evitar ser parado ou procurado? A maleta tinha drogas? Não pode ser, talvez fosse algum pó medicinal tradicional importante? E que ele estava contrabandeando?”
“Eram as cinzas dos pais dele,” Yang Xingjie disse. “No começo, suspeitamos que ele fosse um ladrão de covas, mas não havia equipamentos pra cavar os túmulos, então... era muito estranho. As moedas de cobre foram enviadas pra análise, e assim que sair o resultado, nós saberemos.”
Chi Xiaoduo: “...”
Chi Xiaoduo pressionou uma mão na testa, completamente sem palavras ao pensar em como aquilo era realmente comovente. Em sua mente, apareceu a imagem de um vendedor de rua sujo e de pele escura, estirando um tecido vermelho do tamanho de uma colcha na beira da estrada e colocando sobre ele seus objetos aleatórios, agachado ali esperando que as pessoas se aproximem para comprar algo.
Após terminarem de jantar, os dois caminharam devagar em meio à brisa da primavera sob as luzes da rua. Todas as flores estavam desabrochando. Guangzhou sempre foi conhecida como a Capital das Flores, e assim que a primavera chegava, a cidade inteira brotava com um mar de flores, e a brisa fazia as pessoas se sentirem preguiçosamente relaxadas.
“Você tem planos para o futuro?” Chi Xiaoduo perguntou. “Pretende se casar?”
“Sendo um servidor público, isso vai ser bem difícil,” Yang Xingjie respondeu. “Eu não vou mentir pra você, Chi Xiaoduo, você é muito bonito, e também é uma pessoa muito boa. Você faz o meu tipo, e eu sinto que já... comecei a gostar um pouco de você, mas... mentir pra você também não é certo. É exatamente isso.”
O coração de Chi Xiaoduo bateu forte, e Yang Xingjie falou, “Eu sou bissexual, gosto de homens e mulheres.”
“Ah,” Chi Xiaoduo murmurou, assentindo. “Você era um cara hétero antes, né?”
“É,” Yang Xingjie replicou. Em seguida, ele indagou, “Sem ofensa, mas deixa eu te perguntar, quando você descobriu que era... assim?”
Chi Xiaoduo disse, “Eu tinha essa sensação desde pequeno. O sistema de serviço público não te permite sair do armário?”
“Quando se quer ter um futuro, não,” Yang Xingjie respondeu. “Depois que você alcança certa idade, seu superior vai começar a te apresentar algumas pessoas. Se você chegar aos trinta sem ter se casado, basicamente todo mundo vai começar a te olhar com um pouco de dúvida.”
“Entendi,” Chi Xiaoduo comentou. “É, eu sei.”
Yang Xingjie falou, “Pensa nisso, vai. Eu não posso te prometer um futuro, mas ao menos por agora, eu vou cuidar bem de você.”
“Hm,” Chi Xiaoduo murmurou. “Eu vou voltar primeiro. Por favor, se cuide.”
De onde estava, no andar térreo, Yang Xingjie retirou o chapéu e acenou para Chi Xiaoduo, que foi para casa e mordeu o canto do seu lençol enquanto choramingava quando Wang Ren ligou novamente.
“O encontro de hoje deu certo?” Wang Ren questionou.
O som da televisão no apartamento vizinho era ensurdecedor, e Chi Xiaoduo se levantou para bater na parede, gritando, “Já são dez horas! Diminua o som da TV!”
Com isso, ele rolou na cama, falando para Wang Ren, “Você não pode me arranjar alguém mais confiável?”
“Droga,” Wang Ren praguejou. “Xingjie me disse que já afundou no rio do amor, então com o que você ainda está tão preocupado?!”
“Mas ele vai se casar no futuro!” Chi Xiaoduo respondeu em tom melancólico. “Se nós sairmos agora, o que eu vou fazer depois?”
Wang Ren falou, “Deixe o futuro no futuro, você não sabe como fazer ele deixar o trabalho, idiota?”
“É um servidor púbico!” Chi Xiaoduo disse. “E um policial! Como ele poderia sair?! Acha que ele poderia parar de trabalhar do nada?!”
Wang Ren: “Você pode escrever uma carta anônima expondo e denunciando ele aos superiores...”
Chi Xiaoduo: “Você é louco!”
“Certo, certo, estou só brincando. Mas falando sério, você devia pensar nisso,” Wang Ren comentou.
Chi Xiaoduo lamentou, “Wang Ren, você não pode me apresentar alguém mais confiável e que possa levar uma boa vida comigo? Agora, estou tão na seca que, se eu vejo o entregador, quase quero ir dar em cima dele!”
Wang Ren: “Eu apresentei todos pra você! Nenhum deles serviu. Você disse que, contanto que fossem homens, você iria querer todos, então por que não quis aquele careca?”
Chi Xiaoduo protestou, “Pelo menos, tem que ser um homem normal, né?”
Wang Ren: “O que há de errado em ser careca? Me diga. O cabelo desse seu gege aqui está diminuindo a cada dia, então não me confunda com ele, tá?”
Chi Xiaoduo: “...”
Wang Ren continuou, “Tanto faz, deixa pra lá, vamos falar disso outra hora.”
Chi Xiaoduo: “Vocês aí, parem de fazer tanto barulho! Não podem desligar a TV? Já são dez e meia!”
Wang Ren rugiu furiosamente pelo telefone, “Você é doido, Chi Xiaoduo?! Você ganha duzentos ou trezentos mil por ano. Precisa mesmo morar no subúrbio? Não pode achar uma área mais normal pra viver?”
Chi Xiaoduo: “Eu quero economizar! Não tenho dinheiro! Me sinto inseguro!”
Wang Ren: “Que presente de aniversário você quer?”
Chi Xiaoduo: “Me arranja um namorado, vai. Já tenho vinte e seis anos, e ainda sou virgem, que patético.”
Wang Ren: “...”
“Eu vou ser direto,” Wang Ren falou. “Chi Xiaoduo, você já dormiu com algum homem?”
“Não...” Chi Xiaoduo disse indiferente. “Eu também quero, mas não encontrei nenhum compatível.”
Wang Ren comentou, “Agora estou muito curioso. Vocês, pequenos shous, querem tanto assim se entregar? Isso é assim tão bom?”
Chi Xiaoduo: “Eu nunca me entreguei antes, como eu poderia saber se é bom ou não?! Me deixe experimentar antes de te responder. Ai, ai, como é que pode eu já ter vinte e seis anos, e ainda ser virgem...?”
Wang Ren: “Que tal encontrarmos alguém pra você experimentar? Na minha opinião, você não precisa se prender demais a isso, apenas deixe esse gege aqui cuidar de você, sim?”
Chi Xiaoduo: “...”
Wang Ren só estava brincando, ambos sabiam que eles não podiam dormir um com o outro, do contrário, não poderiam mais ser amigos depois. Esse cara, Wang Ren, era um playboy inveterado, e mesmo se os paus de todos os gongs do mundo se quebrassem, Chi Xiaoduo não procuraria por ele. Os dois conversaram um pouco mais, antes de Chi Xiaoduo finalmente virar de barriga para cima, como um peixe-lua, e ir dormir amargurado.
 
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Notas de tradução:
[1] complexo de apartamentos: o termo usado em chinês se refere especificamente a prédios como o da imagem a seguir:

[2] creme dental Zhonghua: essa é uma marca específica que é vendida em praticamente toda a China.
[3] Coleções de histórias: Do original "Gushi Hui" (故事 ), é uma revista literária quinzenal em língua chinesa publicada em Chifeng, na China. É um dos títulos mais importantes do país.
[4] estátuas de proteção contra o mal: Algo como essa imagem:

[5] Yunnan Baiyao: é considerado uma medicação, composta por ervas, utilizada na tradicional medicina chinesa, como tratamento para os distúrbios hemorrágicos em pacientes humanos e animais.
[6] água fervida: Em muitas partes da China, costuma-se ferver água para beber já que a água da torneira não é potável e a água comercializada é cara.
[7] mantou: tipo de pão cuja massa é enrolada e cozida a vapor.

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